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Da fala à ação: a sustentabilidade é pauta do Conexões Acadêmicas, da APC

Neste momento, a incerteza sobre o futuro é bastante grande. Se pararmos para pensar nas mudanças climáticas, que vêm causando sofrimento e desigualdade, e impulsionando a inflação, em todas as partes do globo, ficaremos estarrecidos.

Assim, no sentido de ajudar as empresas a adotarem procedimentos eficazes na preservação do meio ambiente e na conservação dos recursos naturais renováveis, a Academia Paulista de Contabilidade-APC realizou, no dia 8 de maio, o segundo episódio da série “Conexões Acadêmicas”, abordando o tema “Benefícios com a Sistematização de Processos Organizacionais”. 

O evento foi mediado pelo Acadêmico Alexandre Evaristo Pinto, que apresentou os palestrantes do encontro virtual: Tatiana Gana Ricci, especialista em Controladoria e Finanças Empresariais e Emersson Luan dos Santos Silva, mestre em Controladoria e Finanças Empresariais pela Mackenzie, conceituando que um dos objetivos da Academia é oferecer um tratamento diferenciado aos trabalhos e à produção acadêmica realizados no âmbito de pós-graduação das faculdades do Estado de São Paulo.

“Hoje não será diferente, e os nossos convidados apresentarão os resultados dos seus trabalhos, frutos de uma dissertação de mestrado e de uma tese de doutorado, tratando de uma temática totalmente relevante que diz respeito à sustentabilidade”, comentou Alexandre, chamando na sequência, o presidente da APC, Alexandre Sanches Garcia, para fazer a abertura oficial do evento. 

Ao dar as boas-vindas, o presidente Garcia anunciou as quatro séries de conhecimentos e pesquisas da Academia, onde se inclui a “Conexões Acadêmicas”, cuja missão é disseminar conhecimento e estimular o estudo e a pesquisa científica na Contabilidade. “Portanto, estamos convidando profissionais que, após pesquisarem extensamente, conseguiram encontrar soluções, do ponto de vista contábil, para os mais variados problemas da nossa sociedade”, explicou Alexandre Garcia. 

Na sequência, o professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, José Carlos Oyadomari, pesquisador de técnicas de controle gerencial, fez breves considerações: “Nós somos do Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Finanças Empresariais. Ou seja, focamos nossos estudos e ações em finanças e tecnologias de gestão. Sistematização das informações de sustentabilidade na Contabilidade

Primeira palestra: Sistematização das informações de sustentabilidade na Contabilidade

 

Tatiana Gana Ricci, especialista em Controladoria e Finanças Empresariais, que também é mestre e doutora em Contabilidade e Controladoria em Finanças pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, apresentou sua tese de doutorado:  “Sistematização das informações de sustentabilidade na Contabilidade: um estudo intervencionista em uma empresa de saneamento municipal”, para a qual foi  orientada pelo professor José Carlos Oyadomari.

A especialista explicou que, como a sua dissertação de mestrado focou no Relato Integrado de uma empresa de saneamento, o cerne de seu trabalho  é o processo de criação de valor, onde a responsabilidade recai diretamente sobre os ombros da liderança da organização. Portanto, é fundamental garantir que esse processo seja sempre transparente e aperfeiçoado. “Quando eu fui para o doutorado, nessa mesma empresa, havia muitos ‘gaps’ [lacunas], porque tínhamos os princípios do RI, mas ficava a questão em aberto: como a Contabilidade pode ajudar a criar um sistema de sustentabilidade, com registros, para que nós possamos compreender, de fato, o que significa a palavra ‘sustentabilidade’, perante o IFRS 1 e 2, as Normas Internacionais Financeiras de Contabilidade”. 

Assim, Tatiana Ricci esclareceu que o primeiro passo, para que essa teoria se transforme em prática, é sistematizar as informações de sustentabilidade na Contabilidade. Depois, é necessário levantar e avaliar os aspectos e impactos socioambientais perante os mais diversos capitais – de dinheiro, de trabalho, de patrimônio, de intelectualidade etc. E, por fim, analisar os modelos de controles gerenciais de sustentabilidade, os quais servirão de base para desenvolver o estudo e aplicá-lo. “Isso se justifica porque há uma lacuna entre a Contabilidade convencional e a Contabilidade sustentável. As informações que as partes interessadas estão solicitando hoje para as empresas, infelizmente, não estão sendo devidamente informadas. Ou seja, a Contabilidade não está trazendo os dados que as empresas, investidores e demais partes interessadas almejam na ‘Era da Sustentabilidade’, parafraseando alguns estudiosos”. 

Na empresa de saneamento, que atende mais de um milhão de habitantes e que já fazia Relatórios de Sustentabilidade, fruto do objeto da tese de Tatiana, logicamente “entra água e sai água”, mas a dúvida é: “Como é essa água entra e sai? Como é que a empresa está cuidando do seu capital natural?”.   

Voltando à IFRS 1 e 2, Tatiana deixou claro o quanto as informações climáticas e de biodiversidade são importantes. “Hoje elas não têm nenhum impacto financeiro, mas estamos falando aqui de questões pré-financeiras. Se o negócio não der a devida atenção neste momento, com certeza estará gerando impactos econômicos futuros para si próprio”. 

Neste aspecto, Tatiana Ricci ressaltou a importância dos contadores: “Os  profissionais da Contabilidade desempenham um papel fundamental na elaboração de relatórios financeiros que refletem o desempenho ambiental e as práticas de responsabilidade social das organizações. Além disso, os contadores podem fornecer insights valiosos sobre a gestão de recursos, ajudando as empresas a adotarem práticas mais sustentáveis e a reduzir seu impacto no meio ambiente”.

E no que tange à Controladoria, a professora a destaca como a “protagonista do relacionamento da sustentabilidade na empresa, com a criação de novos indicadores e metas”, apontou, parafraseando, por fim, Albert Einstein: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”. 

Segunda palestra: Gestão e Controle Comercial de uma pequena corretora de seguros e saúde

Na sequência, Emersson Luan dos Santos Silva, mestre em Controladoria e Finanças Empresariais pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, falou sobre o seu projeto  focado em: “Gestão e Controle Comercial de uma pequena corretora de seguros e saúde: um estudo intervencionista”, que tem como  objetivo melhorar a experiência do cliente. 

Inicialmente, Emersson apresentou um contexto do projeto, lembrando-nos dos reflexos da pandemia da Covid-19 nas finanças dessas empresas, as quais estão com dificuldades de recuperação ainda hoje. Em suma, ele pontuou como o uso da tecnologia com softwares e ferramentas digitais são capazes de simplificar processos e aumentar a eficiência das atividades. 

E isso é especialmente evidente em setores como o de saúde, onde sistemas digitais facilitam o agendamento de consultas, armazenamento de prontuários e telemedicina. “A otimização de processos por meio da tecnologia traz benefícios tangíveis para indivíduos e organizações, promovendo uma maior produtividade e qualidade no trabalho realizado”, analisou.

Ao considerar que as organizações precisam de Sistemas de Controles Gerenciais para tomar decisões adequadas, Emersson dos Santos  evidenciou que o sistema Customer Relationship Management (CRM) é capaz de promover melhorias nos processos organizacionais. Isso porque, em suas palavras, “o CRM possibilita um aumento no desempenho financeiro e fornece informações significativas”.

O método do seu mestrado, utilizado durante o estudo, foi o indutivo, com natureza de pesquisa aplicada e abordagem qualitativa. Os resultados demonstraram que a perspectiva interna e a ética são fundamentais na interpretação das influências relacionadas ao processo de aprendizagem organizacional.

Assim, o especialista pontuou como e porque um sistema CRM tem a capacidade de provocar modificações nos sistemas de controles empresariais e transformar, para o bem, os processos operacionais, estratégicos e culturais de uma organização. "Utilizar um sistema CRM promove mudanças comportamentais e cognitivas, possibilitando o aprimoramento dos recursos organizacionais, como habilidades, capacidades e competências, de maneira que ocorra aprendizagem organizacional", finalizou Emersson Luan dos Santos Silva.

A palestra desse episódio da série Conexões Acadêmicas está disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=0F2TmsTrMYY

Patrocinadores

A iniciativa teve o patrocínio da empresa de Contabilidade DOC, das instituições de ensino: Fecap e Fipecafi; e das empresas de tecnologia Vero Easy Tax e Qyon.

Apoio Institucional

O evento teve o apoio institucional das Entidades Congraçadas da Contabilidade do Estado de São Paulo; CRCSP, Fecontesp, Sindcont-SP, Sescon-SP, Aescon-SP, Ibracon-5ª regional São Paulo, Anefac e da Apejesp. 

Texto: Danielle Ruas

Edição: Lenilde Plá de León

De León Comunicações