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Sérgio Monello é o precursor do Terceiro Setor no País

O Acadêmico Sérgio Roberto Monello, que ocupa na Academia Paulista de Contabilidade-APC a Cadeira de nº 29, cujo Patrono é o contador Licurgo do Amaral Campos, completará, no próximo dia 3 de junho, 80 anos de idade, mas em toda a sua trajetória de vida pessoal e profissional traz em si as marcas do pioneirismo, do olhar com carinho e benevolência para os seres humanos, e de dar o seu apoio para desenvolver um segmento da sociedade que, até a pouco tempo, não era reconhecido e nem valorizado como é hoje. Estamos falando do Terceiro Setor.

O motivo, com certeza, foram os ensinamentos católicos que recebeu “de berço”, que sempre enalteceram o “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Aprendizado esse que, além de lhe proporcionar bem-estar, o ajudou a exercitar a empatia e a gratidão, não enxergando seus problemas maiores que os dos outros.

Assim, o Acadêmico Sérgio Roberto Monello constituiu sua vida profissional e sua família, com o apoio irrestrito de sua esposa Antonio e dos filhos: Domênico, Marcos, Marcelo e Ricardo, todos Roberto Monello, e da filha Chistiane Monello.

Com esses princípios, Sérgio Monello utilizava os obstáculos da vida para galgar degraus, para aprender e crescer, como fez ao decidir cursar o técnico em Contabilidade, no Colégio Comercial do Liceu Coração de Jesus, porque, no seu íntimo, desejava se tornar um empreendedor. O aprendizado lhe rendeu a oportunidade de trabalhar e adquirir vasta experiência nas empresas Auto Asbestos e Herbert Blander, o que lhe proporcionou, inclusive, o desenvolvimento e a fundação de sua própria empresa: o Escritório Contábil Dom Bosco, que recebeu esse nome em homenagem ao sacerdote católico italiano, fundador da Pia Sociedade São Francisco de Sales e proclamado santo em 1934.

A empresa já nasceu com um grande e importante diferencial: atender às entidades assistenciais com as quais o jovem profissional trabalhava na época. E teve como primeiro cliente a Congregação Salesiana.

Em paralelo ao empreendedorismo, Monello, visando dar um melhor suporte aos seus clientes, estudou muito e se tornou advogado pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instituição onde se tornou professor por alguns anos, mais tarde. Logo depois, sabendo que na área de Contabilidade e gestão dos negócios é necessário estar sempre estudando e aprofundando conhecimentos, ele fez uma pós-graduação em Direito Educacional, se especializando em diversas áreas como assistência, filantropia e trabalho.

Outro destaque de atuação de Monello foi ter sido coordenador inspetorial dos Salesianos Cooperadores de São Paulo, na condição de técnico contábil. Sua função era organizar as contas em uma época que a Contabilidade não era tão evidenciada como é hoje. Devido à alta demanda de trabalho, ele convidou a sua irmã – Maria José Monello – para trabalhar consigo. A parceria deu muito certo e dura até hoje.

Mais tarde, graças à sua competência, ele se tornou consultor mundial dos Salesianos Cooperadores, e também membro do Conselho para Assuntos Econômicos da Região Episcopal Sé da Arquidiocese de São Paulo.

Pioneiro no Terceiro Setor

A época em que se passa essa história remonta aos anos 60, em um Brasil no qual nem existia o termo “terceiro setor”. Importante lembrar que essa expressão começou a ser utilizada nos anos 70, nos Estados Unidos, de forma ainda tímida, para identificar uma área da sociedade na qual atuam organizações sem fins lucrativos, voltadas para a produção ou a distribuição de bens e serviços públicos.

Os colegas de profissão achavam que seu trabalho com essas “instituições sem fins de lucro” era um absurdo, uma roubada: “Como assim? Trabalhar para um estabelecimento que não gera lucro? Você vai ficar pobre, Monello”, diziam.

Mas o católico fervoroso respondia: “Por isso mesmo. Eu vou fazê-las ganhar dinheiro e reverter esse cenário”.

O tempo passou e ele provou o quanto o trabalho contábil nas entidades assistenciais é necessário e representa uma grande oportunidade de enriquecimento profissional e de fazer justiça e benefícios sociais.

Logo a semente plantada virou uma árvore e começou a dar bons frutos. Sérgio Monello ganhou nome e reconhecimento. E passou a ser convidado por outras entidades e igrejas para fazer a Contabilidade deles também. Entre elas, a Congregação das Salezianas, o Liceu Coração de Jesus e muitas outras.

Assim, Monello se tornou “pioneiro” no setor e neste ano de 2023, a Monello Contadores – Escritório Contábil Dom Bosco completará 57 anos de atuação, sendo uma das maiores empresas de Contabilidade do País, e a única voltada exclusivamente para a Contabilidade e assuntos tributários, previdenciários e trabalhistas do terceiro setor. Após mais de meio século mantendo a tradição e o mesmo compromisso com as entidades assistenciais e filantrópicas, seu mote de atuação é oferecer inovação e técnica contábil em busca de soluções, apoio e desenvolvimento às instituições que atende, fazendo assim com que o movimento voluntariado do Brasil cresça cada vez mais.

Pioneirismo e evolução constante

Surfando nessa onda, Sérgio Roberto Monello atuou como assessor jurídico e contábil em instituições de ensino e obras das entidades, o que foi outro passo dado para se tornar membro da União de Juristas Católicos de São Paulo-Ujucasp, na qual até hoje goza muito respeito e consideração.

Ademais, Monello exibe em seu currículo a responsabilidade de ser colunista da Revista Filantropia e já tem vários artigos publicados em outras revistas, jornais e boletins; detém a autoria da obra “Entidades Beneficentes – Assistência Social, Imunidade e Direito Adquirido”, e a coautoria dos livros “Pronunciamentos Contábeis e Tendências da Contabilidade” e “Acadêmicos Explicam os Pronunciamentos Contábeis”, ambos editados pela Academia Paulista de Contabilidade-APC.

Ele é professor licenciado pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado-Fecap com registro em Contabilidade Geral e Aplicada, tem especialização em Contabilidade Comercial e Contabilidade Industrial e Agrícola, bem como expertise em Direito Assistencial/Filantrópico e Direito Educacional.

Em sua vida acadêmica, o profissional organizou e lecionou ainda nos cursos de Administração, Direito e Contabilidade da Conferência dos Religiosos do Brasil-CRB, Regional São Paulo; e coordenou o 1º Curso de Especialização de Administração Eclesiástica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-PUC-SP. Monello cresce em paralelo ao Terceiro Setor do País.

A verdadeira ascensão de Sérgio Roberto Monello se deu na virada do milênio, do ano de 1999 para 2000, com a elaboração das primeiras normas para as entidades sem fins lucrativos.

A Constituição Federal, art. 150, VI, c, veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos. Ao tratar do financiamento da seguridade social, a Carta Magna declara “isentas de contribuição as entidades beneficentes de assistência social, que atendam as exigências estabelecidas em lei”.

Em paralelo a isso, nos anos 2000, o cenário econômico passou a ser marcado pelo aumento da competitividade, pela aceleração das inovações bem como a criação de vantagens competitivas sustentáveis no mundo dos negócios. E foi aí que houve o boom das instituições do Terceiro Setor.

Neste sentido, a informação contábil rapidamente foi se consolidando como principal instrumento de transparência e informação. Então, na época, especialistas em Ciências Contábeis de todo o Brasil começaram a discutir as regras que norteariam a profissão alguns anos mais tarde, principalmente por causa do avento das International Financial Reporting Standards- IFRS [Normas Internacionais de Contabilidade].

Neste sentido, em 2009, o Conselho Federal de Contabilidade-CFC deu início à emissão de 45 novos pronunciamentos a partir de resoluções contábeis, denominadas Normas Brasileiras de Contabilidade-NBC, além de várias interpretações técnicas gerais-ITG desses preceitos, inclusive para microempresa-ME, empresas de pequeno porte-EPP e, óbvio, para o Terceiro Setor.

Assim sendo, a Contabilidade aumentou a representatividade do Terceiro Setor, de modo que foi aberto um olhar, digamos, “mais profissional” sobre a área. Uma evidência disso é que pela primeira vez, em 2007, o Instituto Brasileiro de Economia e Estatística-IBGE aferiu a importância do Terceiro Setor na economia brasileira, apresentando o segmento com a participação de 1,4% na formação do Produto Interno Bruto-PIB brasileiro, o que representou um montante de aproximadamente R$ 32 bilhões naquele ano. Outro dado relevante é o segmento gerava 1,5 milhão de postos de trabalho.

Atuação profissional em entidades do Terceiro Setor

Devido ao seu pioneirismo sobre o tema, Monello foi convidado para ser membro da Comissão do Terceiro Setor da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB-SP; da Comissão de Cultura e da Melhor Idade do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo-CRCSP; do Comitê de Estudos da Legislação Comparada sobre Filantropia (2009) da OAB-SP; do Comitê de Defesa dos Direitos das Entidades Beneficentes no âmbito da Comissão de Direito do Terceiro Setor (2010/2011), também da OAB-SP; do Conselho Consultivo do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo-Sindcont-SP.

Graças a sua brilhante atuação, ele foi condecorado com a Medalha Joaquim Monteiro de Carvalho, pelo Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo-CRCSP; e mais recentemente, em 22 de agosto de 2022, com a Medalha São Paulo Apóstolo, pela Arquidiocese de São Paulo.