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Live da APC e do CRCSP sobre nova DRE tem recorde de participação

Os Acadêmicos professores Eliseu Martins e Flávio Riberi seguraram a atenção de mais 1.200 profissionais da Contabilidade, ao vivo, durante a palestra "Prepare-se para a elaboração da nova Demonstração do Resultado-IFRS 18",  realizada pela Academia Paulista de Contabilidade-APC em conjunto com o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo-CRCSP,  no dia 21 de junho, no canal do CRCSP do YouTube. A iniciativa foi um sucesso em termos de conteúdo informativo, público, participação e elogios dos presentes, sendo que minutos antes do encerramento já contava com quase 600 likes.

Já a moderação ficou a cargo de Adilvo Pinheiro de Oliveira França Júnior, auditor com 23 anos de experiência, membro do Grupo de Trabalho do Setor Elétrico do Ibracon e do Grupo de Setor de Energia e Concessões e do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças-Ibef. 

Conteúdos expostos e debatidos

Quem participou recebeu noções de como precisará se dedicar para elaborar cronogramas detalhados para a execução das etapas necessárias para as diretrizes do IFRS 18, garantindo a conformidade com os padrões contábeis internacionais e as regulamentações locais. Ademais, ficou claro a importância de, por parte dos profissionais da Contabilidade, envolver as partes interessadas durante todo o processo de adaptação e documentar de forma clara e precisa as decisões tomadas. Sem contar que as análises aprofundadas dos dados financeiros que estão por vir garantirão, para todas as partes envolvidas, a precisão e integridade das informações apresentadas na demonstração. Por consequência, o trabalho contábil ganhará ainda mais força, em termos de valorização profissional. 

Tudo isso e muito mais foi explanado pelo professor Eliseu Martins, Acadêmico da Academia Paulista de Contabilidade-APC,  que ocupa a Cadeira de nº 7, que tem como Patrono o contado Carmelo Mancuso Sobrinho. Eliseu  também é detentor da Medalha “João Lyra”, concedida pelo Conselho Federal de Contabilidade-CFC, entre outras honrarias concedidas pela classe contábil, inclusive o recente cognome de “Lenda”, adotado por seus pares e alunos.

Interagindo com o Acadêmico professor Flávio Riberi, que foi coordenador de cursos de pós-graduação, professor dos cursos de graduação e pós-graduação da Faculdade Fipecafi e ocupa a Cadeira nº 61 na APC, honrando o Patrono, Elso Raimondi, eles falaram sobre os desafios e oportunidades que virão pela frente com a DRE .

É importante destacar que, no dia 9 de abril, foi divulgado, pelo International Accounting Standards Board (Iasb, em inglês) um novo modelo para as Demonstrações de Resultados do Exercício das empresas. Ele foi batizado de DRE. "Estamos falando de um projeto antigo [IFRS 18], um documento contábil de grande importância para investidores e analistas por apresentar receitas e lucros. Quem está na Contabilidade já acompanha e o grande objetivo por trás de tudo isso é melhor a comunicação dos relatórios contábeis-financeiros", explicou Riberi.

O que a DRE fará?

Em suma, Flávio Riberi garantiu que a nova DRE será essencial para avaliar a situação econômica da empresa e auxiliar na tomada de decisões estratégicas. Além disso, a ideia é que a nova DRE permita identificar possíveis áreas de melhoria e otimização de recursos, contribuindo para o crescimento sustentável do negócio. "Este novo modelo busca aprimorar a compreensão e transparência nas companhias, refletindo uma evolução nos padrões contábeis internacionais. As mudanças propostas visam fornecer aos investidores e demais stakeholders uma visão mais clara e detalhada sobre o desempenho e situação financeira das empresas, contribuindo para uma análise mais precisa e informada".

Contudo, o desafio é que a adoção desse novo modelo exigirá das organizações uma revisão e adaptação de seus processos internos de elaboração e apresentação do que existe hoje, a fim de atender plenamente aos requisitos e diretrizes estabelecidos pelo Iasb. O novo modelo passará pelo processo de adoção em cerca de 158 países, incluindo o Brasil. No entanto, por aqui, esse avanço, para vigorar, ainda precisa enfrentar um antigo obstáculo: a Lei das Sociedades por Ações-SAs.

Problemas e dificuldades

"Em todo o mundo, o novo padrão contábil, que já está em vigor, será obrigatoriamente adotado a partir de 1° de janeiro de 2027. No entanto, no Brasil, surge um problema: apesar da boa receptividade no mercado local, a estrutura legal do país pode gerar potenciais conflitos judiciais com a norma", informou Eliseu Martins.

Isso porque a Lei das SAs, criada em 1976, estabelece os pormenores para a apresentação dos resultados financeiros das empresas, incluindo certos subtotais de lucro, em comparação com as disposições do IFRS 18. 

Segundo o professor Eliseu Martins, a DRE define claramente quais são as receitas e as despesas de investimentos e esclarece também quais são as de financiamento. O resto é operacional. "Ou seja, primeiro é preciso olhar com atenção se é despesa ou financiamento. Se não for nenhum dos dois, automaticamente ela é operacional", comentou o professor. "É um modelo diferente", explicando na sequência os modelos de investimentos financeiros que demandarão mais atenção dos profissionais da Contabilidade.

Por que um novo pronunciamento?

Flávio Riberi e Eliseu Martins explicaram que um novo pronunciamento se fez necessário por conta de alguns fatores, entre os quais:

- feedback recebido durante as consultas públicas indicando necessidade de maior foco na apresentação da performance da entidade no período;

- diversidade de práticas na classificação da DRE de determinadas receitas e despesas no resultado;

- discussões iniciadas pelo Iasb.

"Um dos pilares do IFRS 18 está na agregação de desagregação de informações", explicou Riberi. "Repito: a meta é fornecer uma visão abrangente sobre as operações e desempenho financeiro das entidades".

Esse princípio visa garantir que as informações divulgadas sejam claras, relevantes e confiáveis, contribuindo para uma maior transparência e comparabilidade entre as organizações. Além disso, a agregação e desagregação de informações no contexto do IFRS 18 possibilitam uma análise mais aprofundada dos resultados financeiros e operacionais, auxiliando investidores, credores e outros usuários das demonstrações financeiras a tomarem decisões mais informadas.

Considerações importantes

A DRE atualmente se encontra em fase de tradução no Instituto de Auditoria Independente do Brasil-Ibracon e revisão por parte do Comitê de Pronunciamentos Contábeis-CPC para ser recebida pela normatização brasileira no futuro. Haverá audiência pública para versão em brasileiro. 

De novo: a adoção antecipada não é normalmente permitida pelos órgãos reguladores brasileiros, e a DRE torna-se efetiva em 1º de janeiro de 2027. "Ainda temos tempo para entender e assimilar esse novo conteúdo. O problema é que a normatização está sendo atualizada para as normas de hoje. Do jeito que as coisas caminham, daqui há três, quatro anos, tudo isso pode estar bem ultrapassado", pontuou Eliseu Martins. "Mas, independentemente de qualquer coisa, a Comissão de Valores Mobiliários-CVM já disse: com ou sem conflito, nós teremos que seguir as normas internacionais. Então, da nossa parte, resta que nos preparemos com muito estudo e capacitação", aconselhou o professor.

A live pode ser assistida na íntegra no canal do CRCSP no YouTube.

 

Texto: Danielle Ruas

Edição: Lenilde Plá de  León

De Deón Comunicações