CONEXÕES ACADÊMICAS
Temas emergentes na visão dos Profissionais da Contabilidade
Conteúdo:
Data: 22/fevereiro/2024
Horário: 16h as 17h30
Local: Ao Vivo no Youtube
Palestrantes:
Ahmad Abu Islaim
Contador formado pela Universidade de São Paulo, com mais de 15 de anos de experiência em grupos multinacionais de grande porte de diversos segmentos, tais como empresas de auditoria externa (Big four), indústria e varejo (KPMG, Grupo Unigel, Grupo Carrefour, CVC e Klabin).
Ricardo Tresso Marcolino
Foi gerente de auditoria independente pela KPMG e possui experiências em empresas de grande porte como Gerente executivo da Controladoria. Também é membro de conselho fiscal. Possu9i a graduação em Administração e em Ciências Contábeis, ambos pela FECAP-Fundação Álvares Penteado.
Moderação: Acadêmico da APC Flávio Riberi
Hoje, 13 de maio comemora-se o dia da libertação dos escravos. Neste mesmo dia, no ano de 1888, acontecia o fato histórico mais importante do Brasil após a Proclamação da Independência, ocorrida em 1822. Depois de muita mobilização e pressão da população negra brasileira, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, legalizando a libertação dos escravos do país.
Infelizmente o Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravatura. Por mais de 350 anos, o Brasil foi o destino de mais de 4,5 milhões de escravos africanos – foi o maior território escravagista do Ocidente, mantendo este sistema tanto no campo como na cidade – o lugar de trabalho era o lugar do escravo. Os escravos viviam à margem da sociedade e não tinham nenhum direito, apenas o de acordar cedo e trabalhar, trabalhar e trabalhar e à noite descansar por algumas horas para recomeçar tudo novamente no dia seguinte.
O mundo perdeu, com certeza, naqueles 350 anos, vários potenciais “gênios” entre os escravos. Aliás, antes disso, não ganhou sequer cidadãos e sim um grande número de excluídos sociais. Ainda assim, mesmo naquela época ainda conhecemos figuras ímpares, como Machado de Assis, que por ser mestiço e sofrer muito preconceito racial, com acesso limitado ao ensino, tornou-se autodidata e virou um gênio de nossa literatura.
Outro exemplo de um grande brasileiro: Luiz Gama (1830-1882) foi um importante líder abolicionista, jornalista e poeta brasileiro. É o patrono da cadeira n.º 15 da Academia Paulista de Letras.Isso sem falar em Nilo Peçanha (ex-presidente do Brasil), Dandara dos Palmares, Lima Barreto, Maria Firmina dos Reis, Teodoro Sampaio, Mandela, Joaquim Barbosa, Martinho da Vila, Cartola, Alcione, Dona Ivone Lara e muitos outros que fizeram e fazem a parte da nossa história.
E hoje? O preconceito acabou? Ou está oculto em piadas, na ação policial nas periferias das grandes cidades e em frentes como vagas para emprego (maior índice de desemprego está entre as mulheres negras), e outras atitudes diárias?
Quantos gênios - ou ao menos cidadãos plenos - mais não poderíamos ter se estes não estivessem soterrados em condições precárias de existência? Brasileiros pobres, marginalizados, sem acesso à educação, à cultura e que vivem a escravidão do mundo moderno, que continua igual àquela época: apenas o dever de acordar cedo e trabalhar, trabalhar e trabalhar.
Precisamos acordar esse gigante chamado Brasil e dar voz a essa “maioria” sem direitos e sermos todos cidadãos plenos em uma nação verdadeiramente independente.
*Valmir Leôncio da Silva - membro da Academia Paulista de Contabilidade - APC