CONEXÕES ACADÊMICAS
Temas emergentes na visão dos Profissionais da Contabilidade
Conteúdo:
Data: 22/fevereiro/2024
Horário: 16h as 17h30
Local: Ao Vivo no Youtube
Palestrantes:
Ahmad Abu Islaim
Contador formado pela Universidade de São Paulo, com mais de 15 de anos de experiência em grupos multinacionais de grande porte de diversos segmentos, tais como empresas de auditoria externa (Big four), indústria e varejo (KPMG, Grupo Unigel, Grupo Carrefour, CVC e Klabin).
Ricardo Tresso Marcolino
Foi gerente de auditoria independente pela KPMG e possui experiências em empresas de grande porte como Gerente executivo da Controladoria. Também é membro de conselho fiscal. Possu9i a graduação em Administração e em Ciências Contábeis, ambos pela FECAP-Fundação Álvares Penteado.
Moderação: Acadêmico da APC Flávio Riberi
Até poucas décadas atrás a quase totalidade dos ativos e das riquezas nas empresas eram medidas e avaliadas pelos bens tangíveis (físicos). Hoje nas empresas ligadas à nova economia, estes representam menos de 20% dos ativos.
Isso comprova a necessidade das empresas se reinventarem, atualizar e investir cada vez mais nos recursos humanos dos seu negócio, visto que os ativos intelectuais representam mais de 80% do valor das empresas da nova economia, no Brasil e no mundo.
Apesar de trilhões de valores intelectuais serem comprados e vendidos diariamente no mundo, explicações sobre o conteúdo desses ativos intelectuais incluídas nessas transações são omitidos.
O que são esses ativos intelectuais que fundamentam valor e exemplos?
É a capacidade de gerar resultados futuros e de valor com base nas expectativas de fluxos de caixa. Entre muitos (dezenas de milhares), os principais são vantagens competitivas reconhecidas nos processos macro e micro de produção, vendas, administração e finanças, diferenciais competitivos decorrentes de uso de aplicações de inteligência artificial (chats de telemedicina, de atendimento de clientes via chats interativos, etc.) integração de processos de automação e de robotização eliminando trabalhos manuais, e, formas inovadoras e inspiradoras de liderança, vendas, produção, logística, marketing, atração e retenção de talentos, políticas inspiradoras de sustentabilidade e de treinamento, imagem de idoneidade e de responsabilidade, reputação, qualidade e agilidade dos processos e de serviços, etc. Todos têm valor, cada vez mais ofuscando os ativos tangíveis contabilizados nas empresas (dinheiro, imóveis, máquinas, etc.)
Importantes ativos intelectuais foram introduzidos na economia nos últimos 20 anos
Disponibilização de comunicações via internet – voz e vídeo, gratuito e de boa qualidade para 5 bilhões de indivíduos no planeta. Trabalho e ensino a distância eliminando deslocamentos físicos, localizador de quase tudo sobre tudo, quase sempre gratuito no mundo inteiro, etc. para mais de 1 bilhão de pessoas, tradutor de textos e línguas instantâneos, etc.
Segundo se noticia, os novos ativos intelectuais criaram valor para empresas, negócios e indivíduos bem acima de US$100 trilhões nos últimos 20 anos, quase nada reconhecidos contabilmente. O seu crescimento, mesmo mal acompanhado e gerenciado, tem sido exponencial.
Imagine o aumento de valor acima, quando os mesmos passarem a ser quantificados, monitorados, acompanhados pelas governanças, para os públicos interessados e acionistas das empresas e dos grandes negócios por meio de indicadores chaves estratégicos previamente acordados, acompanhados e auditados.
Há 30 anos, os ativos intelectuais eram imateriais, ou pouco relevantes.
A Apple, que hoje vale no mercado US$2,3 trilhões tem um patrimônio contábil auditado exaustivamente explicado de US$65 bilhões. Ao invés dos analistas e do mercado se preocuparem e fundamentarem a razoabilidade do valor de mercado da Apple, os mesmos são obrigados por falta de opções disponibilizadas de informações mais objetivas e relevantes, a ficarem ocupados lendo explicações disponíveis sobre a razoabilidade do valor contábil da Apple de US$65 bilhões – 3% do valor de mercado da Apple.
A maioria dos dirigentes e gestores das empresas e das governanças corporativas formaram-se no milênio passado. Administram mal ou precariamente os ativos intelectuais, mas hoje, a administração desses ativos tornou-se uma nova obrigação e responsabilidade para todas as lideranças das empresas. Apesar de que, segundo se noticia, a maioria sequer considera os ativos intelectuais nos seus pensamentos e prioridades.
Valores dos ativos intelectuais
Quanto valem os ativos intelectuais? É definido pelo mercado quando são de capital aberto, negociados em bolsa. É resultante das diferenças apuradas entre o valor de mercado das empresas com base nos preços praticados e negociados diariamente nas Bolsas de Valores, com os respectivos valores divulgados no patrimônio líquido contábil das mesmas. O mercado considera o valor justo o apurado usando os preços correntes dessas ações negociadas nas Bolsas de Valores.
Mas, infelizmente, na prestação de contas das empresas e dos negócios, não se explica e nem se esclarece sobre os ativos intelectuais. E o mais grave: não há dedicação e competência das governanças das empresas em monitorar e incrementar a qualidade dos valores dos ativos intelectuais das mesmas.
Criação de valor e criatividade e de gestão de ativos intelectuais são pouco discutidos. É aqui que residem as oportunidades efetivas e importantes para todos interessados.
Portanto, é preciso obter e exigir mais inteligência e preparo continuamente evolutivo de nossos executivos, conselheiros, contadores, assessores e fornecedores de informações de negócios para obter prestação de contas claras sobre os ativos intelectuais nas empresas e nos negócios. É necessário também atualizar e adaptar o ensino às novas necessidades do mercado, em evolução exponencial.
É importante obter informações e compartilhá-las
Informações sobre ativos tangíveis como assim conhecemos são commodity fáceis de serem obtidas. É importante obtê-las e compartilhá-las. No futuro próximo, esperamos que as informações sobre ativos intelectuais serão melhores explicadas e quantificadas.
É aqui que estão as maiores demandas e oportunidades para as melhorias nas gestões de todas as empresas.
Aprender a quantificar, inicialmente na marra, com transpiração, iniciativas e doses de ousadia para identificar e justificar os valores dos ativos intelectuais. O processo de quantificação abrirá novos campos de trabalho e de ciência para investidores, empresas, negócios, acadêmicos, pesquisadores e contadores gerenciais.
A quantificação dos ativos intelectuais revolucionará as governanças das empresas, com produtividade, meritocracia e resultados, em benefício de todos.
É aqui que residem os nossos maiores problemas e oportunidades para melhoria de valor, gestão, governanças e transparência de prestação de contas nas empresas e negócios.
Charles Holland, Wharton School -EUA, membro da Academia Paulista de Contabilidade-APC; conselheiro independente de empresas, da Associação Comercial de São Paulo – ACSP e da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade – Anefac.