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Acadêmico Alexandre Garcia participa do Estadão Summit ESG

Responsabilidade ambiental e social é um assunto que está em voga atualmente. E o que é essa consciência, na prática? Trata-se de um conjunto de atitudes, individuais ou empresarias, voltado para o desenvolvimento sustentável do planeta. São pensamentos e ações que levam em conta não só o lucro, propriamente dito, mas o crescimento econômico concorde à preservação do meio ambiente na atualidade e para as gerações futuras, garantindo a sustentabilidade. E, para que essa ideia se efetue, a educação se faz essencial. Foi com este ponto de vista que o professor Alexandre Sanches Garcia, pró-reitor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado - Fecap e Acadêmico da Academia Paulista de Contabilidade - APC trabalhou no painel "A Solução da Desigualdade Passa pela Integração Social" no segundo dia do "Estadão Summit ESG", evento que neste ano tem como tema central "ESG, da Teoria à Prática".

Durante sua explanação, Garcia ressaltou que o ensino no Brasil, em todas as esferas, já enfrentava inúmeros obstáculos antes da pandemia. Portanto, não era de se estranhar que, com a Covid-19 e as medidas de isolamento social e, portanto, o fechamento das escolas, houvesse um grande impacto. Ademais, a seu ver, o ensino a distância é vantajoso, porém mudar abruptamente do ensino presencial para o online, sem nenhum tipo de planejamento está sendo um desafio. 

Neste sentido, ele destacou que os relatórios financeiros, já estão muito bem consolidados, mas para que os indicadores ESG avancem "há ainda um longo processo de aprendizado pela frente". Tudo porque agora é que está chegando, no Brasil, processos de padronização, com normas internacionais e métricas. "Existem 2.600 cursos de ensino superior, no Brasil, na área de business, em especial nos segmentos de administração e economia. E, infelizmente, essas faculdades estão atrasadas em relação aos assuntos de ESG. Era preciso que fosse feito uma força-tarefa para que essas instituições se debruçassem sobre esses conceitos, colocando-os imediatamente em seus currículos acadêmicos para podermos preparar os futuros executivos e fundadores de startups".

Aspectos sociais

Como no segundo dia do evento o mote foi o "S" da sigla ESG - Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança, em tradução), ou seja, os aspectos sociais, o professor ainda ressaltou a importância dos relatórios financeiros, uma vez que tem executivo que nem os lê. "Outro ponto fundamental são as discrepâncias das informações: ao passo que a empresa coloca em sua apresentação que lá é o melhor lugar para se trabalhar, em suas demonstrações financeiras podemos perceber que ela tem um passivo gigantesco por demandas judiciais trabalhistas. São incoerências que precisam ser estudadas nas instituições de ensino, para que deixem de existir".

Ao lado de Garcia, participaram da atividade a sócia-cofundadora da Artha Educação, Ana Siqueira; a coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da FGV Eaesp, Claudia Yoshinaga; e a sócia-líder de ESG da KPMG no Brasil, Nelmara Arbex.

Importância das empresas

Na avaliação de Nelmara Arbex, sendo as empresas um "centro de recursos financeiros e intelectuais, elas possuem um papel gritante no tocante à desigualdade e a promoção do 'S'". E o primeiro passo é fazer a lição dentro de casa, no que diz respeito à correta remuneração. "O salário pago naquele ambiente de trabalho consegue, de fato, colaborar para a redução da desigualdade social e minimizar os índices de pobreza? O segundo passo, não menos importante, é a relação da empresa com a comunidade, uma vez que seus colaboradores levarão para fora daquele ambiente o retrato do que é representado dentro do ambiente corporativo".

Por sua vez, Ana Siqueira ressaltou que os resultados financeiros de uma empresa refletem o seu passado, e o sinônimo de investimento hoje é conhecimento: "Quem pensa em investir, antes de mais nada, quer conhecer focando os resultados do futuro", disse enaltecendo que a vertente social é a mais difícil de ser medida, por ainda ser "invisível".

Um dos focos do discurso de Claudia Yoshinaga foi a diversidade, em especial a de gênero, mas que vale para outros tipos de diversidade: "Qual é o impacto das mulheres em posição de conselho, de liderança, de diretoria de empresas? Essa é uma pergunta bem recorrente, mas é importante lembrar que antes de analisarmos dados, é preciso ter em mente que são decisões tomadas voluntariamente...".

Ficou claro no evento, mediado pela jornalista Karla Spotomo, que o próprio mercado financeiro está cobrando posições mais sustentáveis das empresas e analisando seus critérios de investimento sob o guarda-chuva "ESG", principalmente no tocante 'Social', sendo enxergado como fator fundamental na construção de uma marca forte. 

ESG

A definição do conceito ESG surgiu em 1987 em um documento da Organização das Nações Unidas - ONU, que diz que: “O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades.” 

Ambiental: trata da minimização dos impactos ambientais causados pela operação das empresas. Dentre as possíveis ações, as empresas precisam investir em preservação da água e recursos naturais, redução de CO2, logística reversa dos resíduos gerados pós-consumo, eficiência energética, entre outros. Social: refere-se à preservação dos direitos de uma pessoa concernente ao universo de uma empresa. Para se adequar à sigla "S", a empresa deve ter remunerações compatíveis com o mercado, fazer investimentos em segurança do trabalho, garantir o cumprimento das legislações trabalhistas e previdenciárias, ter um ambiente acolhedor, se atentar a diversidade formando uma equipe heterogênea, incentivar boas práticas sociais etc. Governança: é a boa administração corporativa. Para atender a esse preceito, é essencial que a empresa crie um conselho diverso, tenha ações de combate à corrupção e, principalmente, priorize a ética e a transparência na prestação de contas.

 Assessoria

De León Comunicações

Texto: Danielle Ruas

Edição: Lenilde de León